PREVENÇÃO DE HIPOTERMIA TRANSOPERATÓRIA
PARA A PREVENÇÃO DA HIPOTERMIA DURANTE AS INTERVENÇÕES CIRÚRGICAS APENAS FAZ-SE NECESSÁRIO A UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS PASSIVOS.
MITO
A literatura sugere que as medidas passivas de aquecimento não são suficientes na manutenção da temperatura nos pacientes no Peri operatório. Assim, para a prevenção da hipotermia são recomendados que: os métodos ativos sejam utilizados em cirurgias com mais de 30 min; o aquecimento seja aplicado antes da indução anestésica; e, que nos processos longos de cirurgia e em pacientes de alto risco, a perda de calor seja evitada com mais de um método ativo.
Referências:
– Horosz B, Malec-Milewska M. Methods to prevent intraoperative hypothermia. Anaesthesiol Intensive Ther [online]. 2014 apr/jun; 46(2):96-100. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/24858969/;
– Moysés AM, Trettene AS, Navarro LHC, Ayres JA. Prevenção da hipotermia no transoperatório: comparação entre manta e colchão térmicos. Rev. Esc. Enferm. USP[online]. 2014 abr; 48(2):228-35. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v48n2/pt_0080-6234- reeusp-48-02-228.pdf;
ADMINISTRAÇÃO DE GRANDES VOLUMES DE INFUSÃO A FRIO, SOLUÇÕES OU PRODUTOS SANGUÍNEOS REDUZ A TEMPERATURA CORPORAL CENTRAL E, PORTANTO, AQUECIMENTO INTRA-OPERATÓRIO DE INFUSÕES E DERIVADOS DE SANGUE ADMINISTRADOS A TAXAS DE INFUSÃO ACIMA DE 500ML/H TAMBÉM DEVEM SER IMPLEMENTADOS.
VERDADE
Referências:
– NICE: Clinical-Practice-Guideline, the management of inadvertent perioperative hypothermia in adults. National Collaborating Centre for Nursing and Supportive Carecommissioned by National Institute for Health and Clinical Excellence (NICE). http://guidance.nice.org.uk/CG65 (last accessed on 24 May 2020);
– S3 Leitlinie: „Vermeidung von perioperativer Hypothermie“ 2014. www.awmf.org/leitlinien/detail/ll/001–018.html (last accessed on 24 May 2020);
– Andrzejowski JC, Turnbull D, Nandakumar A, Gowthaman S, Eapen G:A randomised single blinded study of the administration of pre-warmed fluid vs active fluid warming on the incidence of peri-operative hypothermia in short surgical procedures. Anaesthesia 2010; 65: 942–5;
COMPLICAÇÕES DA HIPOTERMIA INADVERTIDA
A HIPOTERMIA PERIOPERATÓRIA ESTÁ ASSOCIADA COM INÚMEROS DESFECHOS ADVERSOS INCLUINDO ISQUEMIA MIOCÁRDICA, RECUPERAÇÃO PROLONGADA, IMUNIDADE PREJUDICADA, AUMENTO DA PERDA DE SANGUE, CICATRIZAÇÃO ATRASADA DA FERIDA E AUMENTO D RISCO DE INFECÇÃO (ISC).
VERDADE
REFERÊNCIAS:
– Sessler DI. Complications and treatment of mild hypothermia. Anesthesiology 2001;95:531- 43;
– Sessler DI. Temperature monitoring and perioperative thermoregulation. Anesthesiology 2008;109:318–38;
FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DA HIPOTERMIA INADVERTIDA
A HIPOTERMIA NÃO PLANEJADA É DEFINIDA COMO A TEMPERATURA MENOR QUE 36C. ACONTECE COM FREQUÊNCIA NO PERÍODO PERIOPERATÓRIO E SEU DESENVOLVIMENTO ESTÁ CONDICIONADO EXCLUSIVAMENTE A FATORES INTRÍNSECOS DO PACIENTE.
MITO
No período intraoperatório, a hipotermia não planejada pode ser desencadeada por vários fatores, tais como agentes anestésicos, temperatura ambiental, tempo de exposição ao ambiente com baixas temperaturas, infusões venosas frias e tipo e tempo cirúrgico, sendo as cirurgias mais prolongadas aquelas que oferecem maiores riscos para a redução da temperatura. Pode, ainda, estar associado a fatores de risco, como extremos de idade, doenças metabólicas e distúrbios neurológicos e sistêmicos.
Referências:
– Sessler DL. Complicationsandtreatmentofmildhypothermia.Anesthesiology2001;95:531-43;
– De Mattia AL, Barbosa MH, Rocha AM, Farias HL, SantosCA, Santos DM. Hipotermia em pacientes no período perioperatório. RevEscEnferm USP 2012;46(1):60-6;
INFECÇÃO DE SÍTIO CIRURGICO
EM 2009, A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE PUBLICOU AS DIRETRIZES PARA CIRURGIA SEGURA E DESCREVEU “MANUTENÇÃO DA NORMOTERMIA” DURANTE A CIRURGIA COMO UM DOS DEZ OBJETIVOS PARA REDUZIR A INCIDÊNCIA DE INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO PÓS OPERATÓRIO.
VERDADE
Referências
– World Health Organization. Guidelines for Safe Surgery: Safe Surgery Saves Lives. Geneva, Switzerland:World Health Organization; 2009;
– De Mattia AL, Barbosa MH, Rocha AM, Farias HL, SantosCA, Santos DM. Hipotermia em pacientes no período perioperatório. RevEscEnferm USP 2012;46(1):60-6;
HIPOTERMIA, OBSTETRÍCIA E APGAR
DURANTE A CESARIANA O USO DO AQUECIMENTO FORÇADO DE AR NÃO PREVINE A HIPOTERMIA INTRAOPERATÓRIA QUANDO USADO ISOLADAMENTE.
VERDADE
Referências
– Butwick AJ, Lipman SS, Carvalho B. Intraoperative forcedair-warming during cesarean delivery under spinal anesthe-sia does not prevent maternal hypothermia. Anesth Analg. 2007;105:1413-9;
O AQUECIMENTO ISOTÉRMICO DE CRISTALÓIDE NÃO PREVINE A REDUÇÃO DA TEMPERATURA CENTRAL DURANTE A CESARIANA COM RAQUIANESTESIA EM PARTURIENTES A TERMO E NÃO MELHORA OS ESCORES DE APGAR DOS FILHOS
MITO
Em estudo realizado por M. Canturk et al. Em 2019, a infusão de cristaloide isotérmico atenuou a diminuição da temperatura corpórea central e a incidência de tremores, bem como resultou em escores de Apgar maiores no primeiro e quinto minuto em gestantes a termo submetidas a cesariana eletiva com raquianestesia.
Referências
-M. Cantürk et al.Os efeitos do aquecimento de cristaloides sobre a temperatura corporal materna. RevBrasAnestesiol. 2019;69(1):13—19
short surgical procedures. Anaesthesia 2010; 65: 942–5.